A noite começava a abraçar o dia. O sol abrigava-se nos seus braços e o colorido do dia misturado com a chegada
da noite pairava no horizonte que ela observava. Uma lágrima pendia no canto dos seus olhos. Estava triste,
melancólica. E a lágrima que teimava em cair, rolava agora pela sua face. Uma atrás de outras, trazendo outras que
outras trazem, lá íam rolando pela sua face. Ele viu-a chorar e beijou os seus olhos secando-lhe as lágrimas. Sabia
porque chorava. Conhecia-na bem demais para não saber que aquelas lágrimas eram, não mais, que a dor da
despedida. Também ele sofria. O tempo efêmero como ele só sabe ser, magoa e faz sofrer. Tinham aproveitado todo
o instante, todo o momento, todos os segundos, todos os minutos. Mas quando se ama, todo o tempo é pouco, todo
o tempo é escasso. Ela não suportava a idéia de ter que se separar dele, por minutos sequer, quanto mais por uma
noite ou um dia. Ela amava-lo. E ele sabia. Sabia-o e correspondia ao seu amor. Tinha procurado por aquele amor,
tinha desejado, assim, por alguém toda a sua vida, e sentia-se preso ao seu coração. E ali juntos, perante o horizonte
que se tingia de um vermelho fogo juraram nunca mais separar-se. Ali juntos, decidiram que seriam um só. Um Amor grande e pleno. Um só grande Amor.
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