terça-feira, 22 de março de 2011

Quando..

Quando o passado nos atormenta e nos invade e preenche o presente, não nos deixa viver com intensidade momentos com que sonhamos, momentos que sempre procuramos e continuamos a procurar.
Quando acordamos sorridentes para o mundo e o mundo se lembra de não acordar para nós, sentimo-nos sózinhos, desamparados e irremediavelmente incompreendidos. Quando somos generosos abrimos o nosso coração e deixamos entrar nele quem gostamos, e, deixamos que nele se instale e habite. Quando esse alguém parte sem olhar para trás e sem deixar uma palavra, sentimo-nos fatalmente únicos num mundo que não nos quer, que não nos recebe, que nos repele.
Quando damos tudo de bom que há em nós e em troca recebemos tudo menos carinho e amor, sentimo-nos insignificantes, sem merecimento, sem valor.
Quando nos sentimos alegres e quando menos esperamos, algo ou alguém nos entristece, sentimo-nos impunes perante os sentimentos.
Mas a vida é assim mesmo!
Muitas vezes só gostamos quem de nós não gosta.
Muitas vezes só nos damos a quem não nos quer receber.
Muitas vezes só queremos quem não nos quer.
Muitas vezes só damos valor a quem não nos reconhece.
A vida é ela própria uma contradição!
E nós temos que saber manusear a espada dos sentimentos e tentar fintar quem nos trai, quem não nos ama, quem não nos quer, mesmo que, lá no fundo continuemos a ser e a desejar tudo de bom para essa pessoa.
No fundo, não deveríamos nunca perder tempo com quem nos faz sofrer, com quem nos faz chorar. Porque quem gosta de nós, quem nos ama, não permitirá nunca que alguma lágrima nasça nos nossos olhos, e se as houver enxuga-las-á com todo o seu carinho e amor.
Mas que adianta isso, se mesmo assim, o nosso coração continuar a amar quem de nós não ama?

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