quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

E a resposta era ele

Na certeza da incerteza que lhe assombrava o espírito, ela recuou. Não queria avançar. O medo e a vontade confundiam-na. A vontade, o desejo faziam-na avançar, mas o medo, a angústia faziam-na parar.

Encontrava-se agora no início do labirinto. O labirinto do seu coração.O labirinto que teria que decifrar e percorrer para chegar aos seus sentimentos.

Sim! Sentia-se confusa!

Não sabia. Não tinha a certeza do que o seu coração lhe quereria dizer, lhe quereria transmitir.

Toda a sua a vida o amara. Toda a sua vida vivera para ele. Porque razão agora o seu sentimento por ele estaria a ser posto em causa? O Amor não deveria ser eterno?!
Decidiu avançar e tentar descobrir.

Avançou determinada e percorreu a primeira fila de arbustos e sentiu o cheio da terra acabada de ser beijada pela água da chuva. Adorava aquele odor. Adorava o cheiro da terra molhada. A chuva tinha partido e o Sol era agora o seu maior aliado. Virou a primeira esquina e suspirou de alívio...o percurso continuava. E foi caminhando com mais confiança.
Passou uma e mais uma fila. E, enquanto caminhava tocava ao de leve as sebes e sentia a suavidade das folhas semi-banhadas pela chuva. Lembrou-se do dia em que se conheceram. Também tinha chovido e também o Sol tinha surgido. Foi o dia que mais marcou toda a sua existência. Sim, nesse dia tinha sabido o que era o Amor. Tinha-se apaixonado.

O Sol penetrava agora pelas folhas verdes e as gotas brilhavam como se de pirilampos se tratassem. O caminho estava agora todo iluminado por pequenos focos de luzinhas brilhantes. Perante tal beleza que a inundava ela estremeceu e parou.

Será que no fim do labirinto íria ter a resposta que tanto procurava?

Por uns instantes pensou em recuar, por uns instantes desejou não querer saber a resposta. Um medo como nunca tinha sentido encheu-lhe a alma e imobilizou-a. Mas ela avançou e virou uma nova esquina e continou a caminhar guiada pelo odor da terra molhada e iluminada pelos pingentes das gotas da chuva.

Mas agora o caminho não tinha saída e viu-se em frente de uma enorme parede de folhas verdes e recordou-se das discussões e dos momentos menos bons, e à medida que o seu semblante se modificava também o Sol se escondia atrás das nuvens. As lágrimas teimaram em aparecer, mas ela não deixou que rolassem pelo seu rosto.

Recuou a passos largos e virou nova esquina. Desta vez, o caminho tinha saída, o odor tinha voltado e o Sol voltou a aparecer. E caminhou, caminhou, fila atrás de fila, esquina após esquina.
A ânsia de chegar ao fim era enorme agora.

Estava perto da resposta, não íria desistir agora!

Começou a correr, queria chegar ao centro, ao fim do labirinto. Era lá que estavam as suas respostas...
E eis que...no centro do labirinto, estava ele! À sua espera, de braços abertos, entregando todo o seu amor.

Ele era a sua resposta.
Era o seu Amor eterno.
Era a sua razão de viver.

1 comentário:

Eduardo Figueiredo disse...

Acredita que isto está fuckin awesome , escreves bastante bem (x