quarta-feira, 30 de março de 2011

Dias negros, noites claras

Noites brancas,

De pensamentos negros.

Embrenho-me na noite

Tentando decifrar o dia.

O dia que despertou

E a noite atormentou.

Há dias assim

Dias que transformam as noites sem fim,

Dias sem clareza,

Sem certeza

E noites longas e compridas,

Onde tentamos sarar as nossas feridas.

Memórias Soltas

Memórias soltas

Que o vento traz de volta.

Memórias de outra idade

Que me alimentam a saudade.

E no sussurrar do vento,

Desvendo memórias de um tempo,

Que me viu nascer,

E me fez crescer.

Um tempo que passou

E me moldou.

Um tempo que não volta

Senão no meu pensamento,

Numa memória envolta

Num lindo sentimento.

São tempos de outrora

Que sempre amei

E amarei pela minha vida fora!

O meu jeito de amar

Este meu jeito de amar
Nos teus lábios,
Decifro suaves palavras.
Nos teus olhos,
Vejo o teu coração.
Com os teus dedos,
Percorro o meu corpo
E sinto em mim
A paixão!
Dizer que te amo,
Não é suficiente,
Dizer que te adoro,
Também não.
É difícil explicar
O que sinto
Quando me estás a beijar!
É este apenas o meu jeito de amar!

terça-feira, 22 de março de 2011

Quando..

Quando o passado nos atormenta e nos invade e preenche o presente, não nos deixa viver com intensidade momentos com que sonhamos, momentos que sempre procuramos e continuamos a procurar.
Quando acordamos sorridentes para o mundo e o mundo se lembra de não acordar para nós, sentimo-nos sózinhos, desamparados e irremediavelmente incompreendidos. Quando somos generosos abrimos o nosso coração e deixamos entrar nele quem gostamos, e, deixamos que nele se instale e habite. Quando esse alguém parte sem olhar para trás e sem deixar uma palavra, sentimo-nos fatalmente únicos num mundo que não nos quer, que não nos recebe, que nos repele.
Quando damos tudo de bom que há em nós e em troca recebemos tudo menos carinho e amor, sentimo-nos insignificantes, sem merecimento, sem valor.
Quando nos sentimos alegres e quando menos esperamos, algo ou alguém nos entristece, sentimo-nos impunes perante os sentimentos.
Mas a vida é assim mesmo!
Muitas vezes só gostamos quem de nós não gosta.
Muitas vezes só nos damos a quem não nos quer receber.
Muitas vezes só queremos quem não nos quer.
Muitas vezes só damos valor a quem não nos reconhece.
A vida é ela própria uma contradição!
E nós temos que saber manusear a espada dos sentimentos e tentar fintar quem nos trai, quem não nos ama, quem não nos quer, mesmo que, lá no fundo continuemos a ser e a desejar tudo de bom para essa pessoa.
No fundo, não deveríamos nunca perder tempo com quem nos faz sofrer, com quem nos faz chorar. Porque quem gosta de nós, quem nos ama, não permitirá nunca que alguma lágrima nasça nos nossos olhos, e se as houver enxuga-las-á com todo o seu carinho e amor.
Mas que adianta isso, se mesmo assim, o nosso coração continuar a amar quem de nós não ama?

quarta-feira, 16 de março de 2011

Vida vs Morte

Hoje decidi que teria que falar sobre a vida! Se pensei e decidi, não demorei a pegar na minha caneta e sem querer ser pretensiosa resolvi pôr-me no papel de uma escritora. Sim, porque eu não sou escritora! Limito-me, sómente, a colocar no papel o que me vai na alma, o que me faz fervilhar os pensamentos e no fundo o que revela ser a minha real maneira de ser. Tenho viajado por aí, no meu pc, de caneta em punho, sempre em busca de pensamentos positivos e durante essas minhas viagens vou pescando, aqui e ali, alguns textos e pensamentos “dark”, “very dark” mesmo. “Tudo bem!” – penso eu.-“ A morte não é nenhum tabu e, se é algo desconhecido, é natural que desperte muitas dúvidas e muitas reflexões!” Mas esse lado “dark” é mesmo escuro! Escreve-se, e, eu leio muitas coisas sobre a morte, mas como alternativa da vida!!! Poderá lá ser! Como poderá alguém desejar tanto a morte?! È porque infelizmente nunca viveu! Se viver fosse fácil, então as palavras “obstáculo”, “dificuldade”, “ambição”, “dor” e “sofrimento” nunca existiriam! E uma vida fácil onde as coisas fossem acessíveis não provocaria um sentimento de frustação e não levaria também ao pensamento da morte? A vida tem tanto para nos oferecer! São tantas as coisas belas e positivas que rodeiam a nossa existência. Para quê sofrer?! Sim para quê? Até porque quando a vida nos coloca em situações mais negativas também nos oferece soluções para as ultrapassar e para enfrentarmos o negativismo. A morte como solução para os nossos problemas, é, pura e simplesmente, a maneira mais fácil e mais egoísta de acabarmos com esses mesmos problemas. Quando os pensamentos mais negativos residem no nosso pensamento é porque nunca abrimos os olhos e olhámos em redor. A vida só é vida se vivida com tudo de bom e com tudo de mau que ela tem. Para mim, a Morte é apenas duas palavras “The End” que encerra o filme da minha vida junto daqueles que escolhi para serem meus actores e actrizes principais, num elenco recheado de alegrias e tristezas. E, um dia partirei com a certeza de ter realizado o melhor filme de todos os tempos: A minha Vida!

quinta-feira, 10 de março de 2011

Uma simples história

Ele sorriu. Ela sorriu.
Ela corou. Ele não.
Estavam os dois, ali, horas infinitas, debaixo da chuva a aguardar pela última camioneta do dia.
Ela conhecia-o de vista, das esperas diárias do transporte e dia após dia um sentimento especial por ele tinha crescido dentro dela. Ele não sabia. Ele não deveria ter reparado nela, quando os seus olhos procuravam os dele.
Mas hoje era diferente, hoje estavam os dois sózinhos, talvez pela chuva, ou quem sabe por obra do destino. E a chuva continuava a cair, num compasso certo e repetitivo.
Ele olhou para ela. Ela olhou para ele.
E ficaram assim, lado a lado observando a chuva cair e imaginando o pensamento um do outro.
Nunca tinham falado. Nunca tinham trocado ideias, pensamentos. No entanto, todos os dias, à mesma hora, cada um fazia parte da vida um do outro. A viagem não ficaria completa se um dos dois não estivesse presente. Não se conheciam, mas ambos partilhavam o mesmo momento diariamente.
Ela, durante o dia, ansiava pela a hora de regressar, só para o ver, só para o sentir durante aqueles minutos que ambos viajavam rumo às suas vidas, aos seus segredos.
Hoje, sim..hoje, poderia tentar uma maior aproximação, teria que aproveitar o momento e tentar conhecê-lo um pouco mais. Sentia que já o conhecia, pelos movimentos, pelas atitudes que ele tinha com os outros passageiros, pelas conversas ao telemóvel. Tinha uma ideia àcerca dele. Mas era uma imagem idealizada por ela e que poderia não corresponder à realidade.
Fez um gesto com os lábios, tentava soprar algumas palavras, mas o som permanecia no seu interior. Se calhar não era chegada a hora...se calhar ela não o deveria conhecer. Tentou mais uma vez e, mais uma vez o som não saiu.
Ele olhou para ela. E ela desviou o olhar. Não queria que ele a visse atrapalhada.
O tempo aproximava-se e já se via a camioneta lá longe, ao fundo da rua.
Ela sentiu que tinha perdido a oportunidade.
A camioneta chegou e ela fechou o guarda-chuva. Ele fez o mesmo. A porta abriu-se e ele deu-lhe passagem. Quando ela se preparava para entrar na camioneta, a mão dele tocou na mão dela...
Ele sorriu. Ela sorriu.
Ele corou. Ela não.

Um sentir, sem sentido

Sinto
Que sentes
Que sinto
Que não sentes
Por mim
Aquilo que sinto por ti.
É um sentir
Sentido
E consentido
Num teu sentir
Onde o meu sentir
Não faz sentido.
Só porque sinto
Que não sentes
Que aquilo que por ti sinto
Faz todo e qualquer sentido.
Porque tu,
És tudo aquilo que eu sinto
E tudo aquilo que quero sentir! ♥

quarta-feira, 9 de março de 2011

Um brinde !

A todas as solidões individuais ou partilhadas, gritadas colhidas ou caladas nos corações e nas almas!
A todas as buscas que levaram a encontros, perdas ou abandonos!
A todos os silêncios de gestos e palavras que encobriram impossibilidades, refúgios, medos ou ausências. E principalmente, a todos aqueles que disseram mais do palavras.
A todos os braços e abraços que acolheram, aqueceram e ampararam nos momentos menos felizes e também a todos os braços e abraços que transmitiram alegria, confiança amor e amizade.
A todos os sorrisos esboçados que coloriram os rostos e enfeitaram o mundo.
A todo o Amor que nasceu, morreu e permaneceu e, que teve e manteve o seu momento de glória.
A todas as músicas e versos que exprimiram as nossas emoções e nos ajudaram a compreender o mundo que nos rodeia e a comunicar melhor as nossas mesmas emoções.
A toda a voz ou carícia que não se negou, que ouviu o apelo e respondeu com a sua existência e proximidade.
A todos os becos sem saída que resultaram em novos caminhos e em outras possibilidades.
A toda a amizade que uniu pessoas e transformou maus momentos em momentos de grandeza!
A toda a natureza que nos pintou os mais belos quadros em momentos de ternura e sofrimento!
Um brinde especial a todos os encontros que neste espaço de vida puderam acontecer...
Um brinde a todos aqueles que nos fazem felizes e nos mostraram o caminho para a felicidade...
Hip hip hurrai!!! :D

quarta-feira, 2 de março de 2011

Desabafo ! By: RF



Este texto não é meu, é de um amigo meu :b Mas esta aqui para mostrar a sua originalidade (:

"Tou tao farto desta sociedade
Tudo o que querem é ganancia
Apesar da sua enorme ignorancia
não admitem a realidade
não conseguem destinguir a sua importancia
tentam estragar a vida dos seus "inimigos",
Nisso são os primeiros a chegarem-se á frente
gozam contigo para se acharem fodidos,
dentro da sua infantiidade, ficam contentes
conseguem ser tão despresiveis
por vezes até incriveis
surpreendem-me com a sua capacidade
de serem tão crianças, com tanta idade
Contudo acham-se superiores
para mim não passam de estupores
Nem pensem que me causam algum podor
só por ouvirem e espalharem um certo rumor,
á pala disso já me chamaram de traidor
Não tenho culpa que seja tão sedutor
Já que tenho alguma Fama,
deixem-me tirar algum proveito,
não me apontem o dedo á toa, eu não aceito
Não, eu não vos incomodo
Gente como voces, simplesmente ignoro!
Otarios de merda, olham-me de lado
Vou dizer isto tudo, já o tenho á muito entalado
A inveja é o vosso significado
Não falem de mim, sem vos ter autorizado
Dizem que ando com pretos, e que tenho mania
Não tem nada nessa cabeça, apenas porcaria
Acho que já ta na hora de amadurecer.
Já ninguem vos suporta,
Já ninguem quer saber de vocês,
Esquece, para isto, "Corta",
Eles que ainda estão na idade dos porquês.
Agora vou falar no singular,
mas a mensagem é geral
para quem a carapuça enfiar
acho que é normal ahah
Es um otario, sai do armario, ouve isto aumenta o teu vocabulario, e nao é preciso nenhum comentario, eu sei que a vossa inveja é um acto involutario, LOL pensando bem é ao contrario, enquanto nao acordares nao vais deixar de ser um solitario, para mim nao es nenhum adversario!
Obrigado por continuares a tentar
Sorry, a baixo nao me vais mandar
isto foi so para desabar
e para vos mostrar que a mim nao me conseguem enganar!"

terça-feira, 1 de março de 2011

Era a Maria


Ela apareceu conforme planeado.Tinham combinado que ela passaria por casa dele, ao fim do dia, para acabarem o trabalho que tinham em mãos e cujo prazo estava prestes a terminar. Chegou à hora prevista. O velho casarão, para onde ele se tinha mudado, há pouco tempo, parecia sinistro. Rodeado pelos altos abetos e com a ténue luz que os candeeiros do passeio emitiam, o casarão causava-lhe arrepios.
–“ Se eu não estiver a Maria abre-te a porta.” Tinha-lhe dito o João.
De facto, o carro dele não estava por perto.
-“Ainda não chegou.” Pensou ela. Subiu as escadas, da frente, e parou à porta. Estava entreaberta. Entrou, e avançou com medo. Um estranho barulho fez desviar a sua atenção para o piso superior. Parou ao fundo das escadas e o barulho de alguém a bater à porta parecia-lhe, agora, cada vez mais próximo. Subiu os primeiros degraus. O barulho teimava em continuar. Subiu um e mais um degrau. Contorcia-se de medo. Um misto de coragem corria-lhe nas veias, misturada com laivos de medo e suspense. O bater da porta pareceu-lhe muito mais intenso e o seu corpo estremeceu por completo. Ao cimo das escadas viu um ramo de uma árvore bater na janela. Sim, era esse o barulho que tinha ouvido. Não era ninguém, era sómente o barulho de um ramo a bater no vidro da janela. Entretanto, a noite caía e o casarão escurecia. Tentou procurar um interruptor. Viu um ao cimo das escadas, no piso superior. Tinha que subir, atravessar todos aqueles quadros antigos, relíquias de família, onde os antepassados do João figuravam e tomavam conta dos degraus e controlavam quem os subia e quem os descia.
-“Com tantas casas, porque teria o João escolhido aquele casarão?!” Não sabia. Ainda não tinham tido tempo para falarem sobre isso. O projecto em que estavam enfiados absorvia-lhes as horas, os minutos e os segundos. Não tinham tempo sequer para respirar.
Tentou o interruptor e nada. Viu outro ao fundo do corredor. Ao fundo do longo corredor que embelezava o primeiro piso. Na sua mente milhares de sombras pareciam-lhe enganar os seus olhos. Viu coisas que nunca pensaria ver, sentiu um sopro por entre os seus cabelos e olhou para trás. Não estava ninguém. Pelo menos é o que parecia.
-“Pára, tu estás sózinha, é a tua mente que brinca contigo.” Tentou acalmar-se e ganhar postura. Percorreu o corredor de cabeça erguida e ligou o interruptor. Mal o fez, desatou a correr pelo corredor fora e desceu as escadas duas a duas. Num ápice colocou-se no átrio. No ponto de partida. Mas agora não temia nada. As luzes estavam acesas e o casarão iluminado. De novo, sentiu aquele sopro passar-lhe pelo rosto, virou-se para trás e depois para a frente. Nada. E o sopro novamente. Viu uma porta entreaberta. Pensou para onde íria dar. E o João que não aparecia. Sempre o mesmo. Era sempre o mesmo atrasado. Nunca cumpria os horários e ela que era tão pontualmente britânica.
-“Ai João! Quando chegares vais ouvir das boas!”-pensou ela.
E avançou em direcção à porta. Parou. Escutou. Sentiu passos. Ouviu algo. Tentou não respirar. Tentou não se mexer. Qualquer movimento poder-lhe-ia ser fatal.
Tinha a mão colada ao puxador da porta. Tremia de medo. Do outro lado, os passos pararam, os ruídos terminaram. Sentiu o manípulo da porta rodar e viu a sua mão rodar com ele. A porta abriu-se e ela gritou com toda a força que tinha, do outro lado também se ouviu um grito imenso. Todo o casarão acordou naquele grito uníssono. Era a Maria.